quarta-feira, 6 de abril de 2016

    Classificação e Sistemática



      Desde a Antiguidade, os cientistas procuram estabelecer uma ordem na enorme diversidade de seres vivos, buscando maneiras de classificá-los. Hoje, a ciência reconhece cerca de 1,7 milhão de espécies, sem considerar os fósseis, mas há estimativas de que a biodiversidade represente entre 5 milhões e 100 milhões de espécies. Com isso acabou sendo necessário uma classificação.
       O primeiro sistema de classificação foi o de Aristóteles no século IV a.C., que ordenou os animais pelo tipo de reprodução e por terem ou não sangue vermelho. O seu discípulo Teofrasto classificou as plantas por seu uso e forma de cultivo.
         Nos séculos XVII e XVIII os botânicos e zoólogos começaram a delinear o atual sistema de categorias, ainda baseados em características anatômicas superficiais. No entanto, como a ancestralidade comum pode ser a causa de tais semelhanças, este sistema demonstrou aproximar-se da natureza, e continua sendo a base da classificação atual. Lineu fez o primeiro trabalho extenso de categorização, em 1758, criando a hierarquia atual.
         A partir de Darwin a evolução passou a ser considerada como paradigma central da Biologia, e com isso evidências da paleontologia sobre formas ancestrais, e da embriologia sobre semelhanças nos primeiros estágios de vida. No século XX, a genética e a fisiologia tornaram-se importantes na classificação, como o uso recente da genética molecular na comparação de códigos genéticos. Programas de computador específicos são usados na análise matemática dos dados.
          Lineu agrupava em conjuntos os seres vivos que compartilhavam semelhanças. Em seu modelo, Lineu criou um sistema de hierarquia que permitia a classificação dos seres vivos segundo a semelhança entre os organismos.
          As categorias de classificação criadas por Lineu são utilizadas até hoje, mas com alguns acréscimos de níveis de hierarquia.
         De maneira simplificada, organismos com características semelhantes são reunidos num pequeno grupo, constituindo uma espécie. Espécies semelhantes são reunidas em outro grupo maior, formando um gênero. Gêneros semelhantes são agrupados em uma família; famílias agrupadas com outras semelhantes formavam uma ordem. Ordens são agrupadas em uma classe; o conjunto de classes semelhantes forma um filo; filos semelhantes formam um reino.
Cada um desses grupos hierárquicos (espécie, gênero, família, ordem, classe, filo e reino) também pode ser chamado de categoria taxonômica. O reino é a categoria taxonômica mais abrangente; a espécie, a menos abrangente.
Categorias taxonômicas (apresentadas em ordem decrescente de abrangência):
Reino - Filo - Classe - Ordem - Família - Gênero - Espécie

    


 A nomenclatura biológica:
Para se escrever o nome de uma espécie, existem regras, que foram criadas por Lineu e são usadas até os dias de hoje.
O nome da espécie deve ser formado por duas palavras, derivadas do latim e escritas em destaque no texto, em itálico ou sublinhadas. A primeira palavra corresponde ao nome do gênero e deve ser escrita sempre com letra inicial maiuscula. A segunda palavra, que com a primeira forma o nome da espécie, deve ser escrita com todas as letras minúsculas.
O nome científico da espécie da onça-pintada, por exemplo, é Panthera onca e o do tigre é Panthera tigris. O nome da espécie é dado pelas duas palavras; assim, a espécie da onça—pintada não é apenas onca e sim Panthera onca.
Note que essas duas espécies, onça e tigre, pertencem ao mesmo gêneroPanthera.

Regras de nomenclatura:

1. Nomes escritos em latim.
2. As denominações devem ser binomiais (devem ter duas palavras):
a 1ª representa o gênero. As duas palavras em conjunto representam o nome da espécie.
3. A primeira palavra deve ter inicial maiúscula e a segunda palavra deve ter inicial minúscula.
4. O nome científico deve estar destacado do texto, através de grifo, itálico ou de um tipo diferente de letra.

O atual sistema de classificação dos seres vivos: 
            O sistema de classificação proposto por Lineu, apesar de muito eficiente, não considerava as ideias de evolução dos seres vivos. Atualmente, os seres vivos são classificados de acordo com sua história evolutiva, seu grau. Como na imagem do inicio do texto da classificação e sistemática dos seres vivos.
           Grupo B e grupo A de parentesco. São agrupados numa mesma categoria taxonômica aqueles que descendem de um ancestral comum exclusivo.
             Vamos ver a hipotético dos peixes. Sabemos que, em sua história evolutiva, surgiram duas espécies: a de peixes claros com dentes apropriados para comer sementes e folhas depositadas sobre o fundo;
a de peixes escuros, carnívoros e com nadadeira caudal muito desenvolvida.
Essas duas espécies surgiram de um ancestral comum exclusivo. Assim, essas espécies formam um gênero. Outros gêneros de peixes que compartilham um ancestral comum formam uma família, e assim por diante, até chegarmos a um reino.
       Dessa maneira, ao classificarmos um organismo, estamos procurando entender sua história evolutiva. Nesse estudo, são considerados diversos fatores, entre eles: semelhanças em estruturas anatômicas ou morfológicas que indiquem parentesco evolutivo, análise de fósseis, semelhanças em moléculas, como proteínas e DNA. As moléculas de DNA estão envolvidas na hereditariedade, ou seja, na transmissão de características de geração para geração.
           As relações evolutivas entre os diferentes grupos de organismos têm sido representadas por meio de cladogramas, que são diagramas em forma de árvores ramificadas. Os cladogramas são empregados para mostrar as relações evolutivas não só entre espécies, mas também entre os demais níveis taxonômicos.

 Exemplos de cladogramas:









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