Classificação e Sistemática
Desde a Antiguidade, os cientistas procuram
estabelecer uma ordem na enorme diversidade de seres vivos, buscando maneiras
de classificá-los. Hoje, a ciência reconhece cerca de 1,7 milhão de
espécies, sem considerar os fósseis, mas há estimativas de que a biodiversidade
represente entre 5 milhões e 100 milhões de espécies. Com isso acabou
sendo necessário uma classificação.
O
primeiro sistema de classificação foi o de Aristóteles no século IV a.C., que
ordenou os animais pelo tipo de reprodução e por terem ou não sangue vermelho.
O seu discípulo Teofrasto classificou as plantas por seu uso e forma de
cultivo.
Nos
séculos XVII e XVIII os botânicos e zoólogos começaram a delinear o atual sistema
de categorias, ainda baseados em características anatômicas superficiais. No
entanto, como a ancestralidade comum pode ser a causa de tais semelhanças, este
sistema demonstrou aproximar-se da natureza, e continua sendo a base da
classificação atual. Lineu fez o primeiro trabalho extenso de categorização, em
1758, criando a hierarquia atual.
A
partir de Darwin a evolução passou a ser considerada como paradigma
central da Biologia, e com isso evidências da paleontologia sobre formas
ancestrais, e da embriologia sobre semelhanças nos primeiros estágios de vida.
No século XX, a genética e a fisiologia tornaram-se importantes na
classificação, como o uso recente da genética molecular na comparação de
códigos genéticos. Programas de computador específicos são usados na análise
matemática dos dados.
Lineu agrupava em conjuntos os
seres vivos que compartilhavam semelhanças. Em seu modelo, Lineu criou um
sistema de hierarquia que permitia a classificação dos seres vivos segundo
a semelhança entre os organismos.
As
categorias de classificação criadas por Lineu são utilizadas até hoje, mas com
alguns acréscimos de níveis de hierarquia.
De
maneira simplificada, organismos com características semelhantes são reunidos
num pequeno grupo, constituindo uma espécie. Espécies semelhantes são
reunidas em outro grupo maior, formando um gênero. Gêneros
semelhantes são agrupados em uma família; famílias agrupadas
com outras semelhantes formavam uma ordem. Ordens são agrupadas
em uma classe; o conjunto de classes semelhantes forma um filo; filos
semelhantes formam um reino.
Cada um desses grupos hierárquicos (espécie,
gênero, família, ordem, classe, filo e reino) também pode ser chamado de categoria
taxonômica. O reino é a categoria taxonômica mais abrangente; a espécie, a
menos abrangente.
Categorias taxonômicas (apresentadas em ordem
decrescente de abrangência):
Reino -► Filo -► Classe -► Ordem -► Família -► Gênero -► Espécie
A nomenclatura biológica:
Para se escrever o nome de uma espécie, existem
regras, que foram criadas por Lineu e são usadas até os dias de hoje.
O nome da espécie deve ser formado por duas
palavras, derivadas do latim e escritas em destaque no texto, em itálico ou sublinhadas. A primeira palavra corresponde ao nome do
gênero e deve ser escrita sempre com letra inicial maiuscula. A segunda
palavra, que com a primeira forma o nome da espécie, deve ser escrita com
todas as letras minúsculas.
O nome científico da espécie da onça-pintada, por
exemplo, é Panthera onca e o do tigre é Panthera tigris. O nome da espécie é dado pelas duas palavras;
assim, a espécie da onça—pintada não é apenas onca e sim Panthera onca.
Note que essas duas espécies, onça e tigre,
pertencem ao mesmo gênero: Panthera.
Regras de nomenclatura:
1. Nomes escritos em latim.
2. As denominações devem ser binomiais (devem ter
duas palavras):
a 1ª representa o gênero. As
duas palavras em conjunto representam o nome da espécie.
3. A primeira palavra deve ter inicial maiúscula e
a segunda palavra deve ter inicial minúscula.
4. O nome científico deve estar destacado do texto,
através de grifo, itálico ou de um tipo diferente de letra.
O atual sistema de classificação dos
seres vivos:
O sistema de classificação proposto por Lineu, apesar
de muito eficiente, não considerava as ideias de evolução dos
seres vivos. Atualmente, os seres vivos são classificados de acordo
com sua história evolutiva, seu grau. Como na imagem do inicio do texto da classificação
e sistemática dos seres vivos.
Grupo B e grupo A de parentesco. São agrupados numa
mesma categoria taxonômica aqueles que descendem de um ancestral comum
exclusivo.
Vamos ver a hipotético dos peixes.
Sabemos que, em sua história evolutiva, surgiram duas espécies: a de
peixes claros com dentes apropriados para comer sementes e folhas depositadas
sobre o fundo;
a de peixes escuros, carnívoros e com nadadeira
caudal muito desenvolvida.
Essas duas espécies surgiram de um ancestral comum
exclusivo. Assim, essas espécies formam um gênero. Outros gêneros de peixes que
compartilham um ancestral comum formam uma família, e assim por diante,
até chegarmos a um reino.
Dessa maneira, ao classificarmos um organismo,
estamos procurando entender sua história evolutiva. Nesse estudo, são
considerados diversos fatores, entre eles: semelhanças em estruturas anatômicas
ou morfológicas que indiquem parentesco evolutivo, análise de fósseis,
semelhanças em moléculas, como proteínas e DNA. As moléculas de DNA estão
envolvidas na hereditariedade, ou seja, na transmissão de características de
geração para geração.
As relações evolutivas entre os diferentes grupos
de organismos têm sido representadas por meio de cladogramas, que são
diagramas em forma de árvores ramificadas. Os cladogramas são empregados para
mostrar as relações evolutivas não só entre espécies, mas também entre os
demais níveis taxonômicos.
Exemplos de
cladogramas:
Nenhum comentário:
Postar um comentário